Todo ano uma série de empresas, governo e ong's organizam a feira de educação Pensar. Esse evento é uma iniciativa das Organizações Jaime Câmara (Tv Globo local) como um projeto de reflexão sobre a educação brasileira e local. Nesses eventos são convidados palestrantes de renome nacional, para tratar de determinados temas relativos a educação. Também são realizados mini-cursos e grupos de discussão, além de uma feira de venda de materiais didáticos no local. O público alvo desse evento são os professores em suas atividades principais e estudantes no restante da feira.
A primeira vista nos parece uma bela iniciativa, mas quando procuramos analisar os objetivos desse evento passamos a duvidar das boas intenções da Globo e do governo. Primeiro, esse evento está sendo organizado e planejado pela Rede Globo local, ou seja, um grupo empresarial muito forte e influente, que detêm um monopólio de um canal televisivo, que influencia fortemente nos governos e poderia estar comprometido com a educação brasileira, pressionando por melhorias no ensino e nas condições de trabalho. O que não é o caso da Organização Jaime Câmara, uma organização historicamente comprometida com os interesses do governo.
Não acreditamos na seriedade do congresso pelo fato de que quem está a frente da organização desse encontro é a Globo, a mesma que divulgou o projeto "amigos da escola", que é uma política neoliberal para a educação pública e é comprometida com todos os governos brasileiros. Em recente greve organizada pelos professores da rede estadual de Goiás, a rede Globo local teve um papel central na criminalização do movimento. Não levantou uma matéria crítica ao governo e demonstrando as péssimas situações das escolas, onde todas suas matérias eram favoráveis ao governo do Estado.
O Jornal O Popular, ligado a Organização Jaime Câmara, que é o maior jornal impresso do Estado de Goiás, publicou até o mês de julho, antes da greve iniciar algumas matérias sobre a situação das escolas goianas. Essas matérias demonstravam a situação de sucateamento das escolas públicas. Porém, essas matérias foram isoladas e fruto de independência e heroismo do repórter, não da linha editorial do jornal e principalmente das Organizações Jaime Câmara. Mas na época da greve pararam de publicar essas matérias. Será por quê?
Por um claro motivo. O governo do Estado é o maior financiador das empresas de Marqueting e propaganda do estado, além dos vários jornais, já que não existe jornal dentro do Estado de Goiás que não esteja ligada a essa máquina suja de sujeição ao governo.
Na abertura do encontro pensar, a secretaria de educação, Milca Severino, teve a cara de pau de falar das mil maravilhas que se encontra a educação em Goiás, além, de destacar a quantidade de professores liberados para participar do evento. A greve e a situação das escolas de Goiás não foram tocadas. Portanto, esses senhores procuram falar de forma geral para demonstrar que estão fazendo uma boa causa pelo Estado, enquanto estão pregando uma doutrina equivocada do super professor, que mesmo sem condições de trabalho e com péssimos salários, deve dar a melhor aula do mundo, pois a profissão de professor é aquela que se tem amor pelo aluno, entre outros absurdos propagados por esses senhores.
Acreditamos que sejam necessários espaços para fóruns, debates e discussões sobre a educação. Mas não adianta acreditar que através de um congresso que está sendo organizado por entidades comprometidas com o atual estado de coisas, irá mudar coisa alguma. Portanto, o maior espaço de discussões dos problemas da categoria são as assembléias de massa. São lá as instâncias máximas de discussões e deliberações de propostas para melhorias da educação. E o grito rouco das ruas é o que faz com que esses velhos senhores mudem suas posições e posturas.
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